domingo, 15 de novembro de 2015

Vem. Não tardes
Não tardes: deixei o Amor em lume brando

Vem. Não tardes. Faz-se tarde em mim. Faz-se tarde para ti. Faz-se noite, não tarda e não sei se ainda te quero. Não sei se ainda te sinto em mim. Reconheci-te e por isso deixei o Amor em lume brando, até hoje. A Esperança também. Entardeceu e o fogo esmoreceu. Vem. Não tardes. Ainda te espero mas não sei se ainda te quero. Vem. Não tardes. Encontra-me numa poesia esculpida na tua ausência. Esperar é a minha forma de te ter. Esperar é também uma forma de te amar, de te beijar sem a minha boca encontrar a tua; de saber a que sabe a tua pele. Vem. Não tardes e traz contigo o teu abraço. Vem. Não tardes. Aproxima-te e fecha os olhos: há um fogo para atear e não sei se ainda te quero. Vem. Não tardes.